Gênesis 25:8

E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e farto de dias; e foi congregado ao seu povo.

Ortotanásia: um conceito médico ainda pouco divulgado e que significa uma morte digna, sem abreviações nem sofrimentos extenuantes ao moribundo e a toda a família. Receio que o meu leitor ainda não tenha ouvido falar disso; quando muito, conhece a Eutanásia, que é abreviar – sim, abreviar a vida de um paciente terminal.

Abraão morreu aos 175 anos de idade, em boa-ditosa velhice e farto de dias; e foi congregado ao seu povo. De minha parte, não tenho pressa de morrer e diria a verdade se revelasse que almejo a mesma morte desse patriarca.

A verdade toda é que para muita gente a morte é fim de tudo, assim como uma lâmpada que se apaga, sem possibilidade de transcendência . Aquele que não crê em transcendência (algo para além da morte, num conceito quase simplista), está fadado a uma vida mais triste. Inúmeras pesquisas já foram feitas por renomadas universidades. E todas elas são da mesma opinião: crer em vida (alguma forma dela) depois da morte faz dessa vida aqui algo suportável.

Morte foi, é e sempre será assunto tabu. Todos queremos vida eterna e, de preferência, que seja aqui mesmo na terra, ao lado de familiares, e amigos, e parentes, e aderentes, e consanguíneos, e afins. A vida eterna é possível somente em Jesus Cristo (cf. João 3.16). Qualquer atalho será punido aqui e no além. Portanto, olho vivo!

No mundo oriental, eles lidam melhor com a questão da morte. Não há desespero em um funeral no oriente, onde lá estive em viagens e pude constatar. No mundo ocidental, dependendo da religião – ou da inexistência dela – o quadro pode ser desesperador, trágico ou até mesmo engraçado: alguns chorando à beira do caixão, enquanto outros sorriem em alegres rodas-de-conversa; até mesmo há quem beba , mas beba tanto que, de volta à sala de velório, acaba errando a porta e vertendo lágrimas a outro defunto! No lado protestante,  o quadro pode ir da sobriedade, da contrição, das lágrimas contidas, dos elogios rasgados ao defunto em intermináveis discursos,  a um culto-de-despedida com direito a pregação de uma hora, revelações de última hora, profecias, “girar-do-manto” e outras  esquisitices travestidas de cristianismo.

Mas, já hora é de por um fim a esse texto, e desejar ao meu leitor uma boa vida e – sobretudo – uma excelente morte!

Não – não se assustem! Desejo a cada um de meus leitores a morte de Abraão: 175 anos,  em boa velhice.

Que Deus tenha piedade de nós! Senhor, tende piedade de nós.

PCSampaio

Pastor e radialista em http://www.radiobenedictusfm.com

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